Mosh Pit, como começou.
Mosh Pit
Créditos:
Nacho Belgrande
Aparentemente,
há uma maneira certa de se conduzir no mosh, com regras não divulgadas. Mas tal
como Barrowman pode testemunhar, nem todo mundo as entende.
Em
agosto de 2011 uma estudante da universidade de Alberta (Canadá) pulou no meio
de plateias abarrotadas em shows de heavy metal, tudo em nome da pesquisa
acadêmica.
Gabby
Riches, uma mestranda da faculdade de educação física, escreveu a tese dela
sobre mosh pits atrás de um certificado em estudos de recreação e lazer.
Riches,
de 25 anos de idade, é fã de Metal desde que tinha 15 anos. Durante seu curso
de graduação, ela decidiu combinar seu hobby a seus estudos e perguntou a um de
seus professores se ela poderia escrever um TCC sobre heavy metal e integração
de imigrantes.
O
professor dela gostou da ideia, então ela fez outro trabalho sobre as
experiências das mulheres no heavy metal. Ela percebeu que ela estava
interessada em fãs de música, e isso a levou a estudar mosh pits para sua tese.
Riches também coordena um grupo de estudantes chamado ‘Heavy Metal on Campus’.
O
mosh começou no começo dos anos 80 na cena estadunidense de punk hardcore. Uma
banda chamada BAD BRAINS costumava gritar para que seu público ‘mash it up’
(algo como ‘batam um contra os outros’). “Mas o vocalista tinha um forte
sotaque jamaicano, então as pessoas entendiam ‘mash’ como ‘mosh’”, disse Riches.
Os
mosh pits cresceram em popularidade ao longo das duas décadas seguintes e se
tornaram um elemento fixo dos shows de metal e punk.
Riches
descreve um mosh pit como um espaço em frente de um palco onde um grupo de fãs
se junta e forma um pelotão sem nenhum espaço entre seus componentes. Um mosh
pit de heavy metal envolve empurrões, pulos e algumas vezes ‘crowd surfing’,
enquanto um mosh pit punk envolve mais pulos, deslocamento uniforme e stage
diving. O ‘circle pit’ e o ‘wall of death’ são os dois tipos principais de mosh
pit. ‘Os circle pits são mais comuns na Europa. “Todo mundo corre em círculo e
forma um tipo de doughnut,” disse Riches, acrescentando que os headbangers por
vezes entram no espaço que sobra no meio e dançam usando suas cabeças.
“No
wall of death, dois grupos de pessoas em cada extremidade da pista correm em
direção um ao outro, colidem e formam um pit só.”
Existem
regras pro moshing, como a proibição de jóias com rebites e pregos, assim como
contato sexual. Uma das mais importantes é ajudar alguém que cair.
“O
pior é quando você não consegue se levantar quando cai. Você sente mais dor do
que prazer,” disse Riches.
Landon,
fundador de um blog punk chamado Dead City Press, disse que tal estudo poderia
ajudar a educar as pessoas sobre o que é o moshing na verdade.
“Com
certeza há conceitos díspares entre o que as pessoas sabem ao entrar no moshing
e o que as pessoas sentem com isso,” ele disse, emendando que há uma cortesia
no mosh que muitas pessoas desconhecem.
Barrowman
disse que ele cresceu em um meio onde as pessoas conheciam tal cortesia e ‘como
te erguer e lhe tratar bem’, referindo-se a uma das principais regras que
Riches indicou – se alguém cair levante-o.
“Há
muitas pessoas por aí que realmente precisam entender e ouvir algo assim”,
disse Barrowman.
Riches
descreve o moshing como uma experiência social, algo que não é completamente
entendido ou mesmo respeitado por alguns.
“No
começo, o moshing pode ser intimidador, assustador, porque é físico e
agressivo. Parece violento, mas não gosto de dizer isso porque não é.”
Riches
ama moshing porque “há uma sensação de euforia, excitação, comunidade. A
energia que a música fornece te joga pro pit,” ele disse.
“É
como um voto de confiança. É uma experiência transcendental, você se ente como
se você fosse um só, com os outros e com a música.”
Estar
no pit “é bom pra mim porque daí eu posso ver a banda”, ela disse, rindo.
Sua
experiência favorita no mosh pit foi num show do Slayer no Shaw Conference
Centre.
“É
esse centro de convenções enorme e toda a pista vira um mosh pit. E foi bem
compactado, então alguém do meu tamanho podia se garantir,” disse Riches, uma
garota magra de 1m60.
Recentemente,
Riches ganhou um prestigiado prêmio do Congresso Canadense de Pesquisa em Lazer
pelo trabalho dela sobre o moshing. Ela disse que receber o prêmio por um tema
como o dela é importante porque o campo de lazer sempre se concentrou em
‘passatempos de lazer normais’.
“Esse
prêmio significa muito pra mim porque ele representa como o lazer está
constantemente em expansão, progredindo e sendo desafiado,” disse ela.
A
cultura do Moshpit “agora começou a ser levado a sério por teóricos e
profissionais do lazer. Uma tomada na direção certa.”
Riches
disse que o moshing continua a crescer e se expandir para outros gêneros de
música. Ela planeja continuar estudando os mosh pits, o heavy metal e seus fãs
na Leeds Metropolitan University.
Créditos:
Nacho Belgrande
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