A MÚSICA E A HISTÓRIA POR TRÁS DELA:

WISH YOU WERE HERE.

Esta obra Wish You Were Here, foi e ainda é uma obra artística em sua essência, combina diversas expressões de arte, além disso, é uma obra filosófica (que parte de um tema central, a “ausência”, para se explodir e pensar a sociedade, de forma ontológica; o que realmente somos, e se realmente somos, a questão da representação, o mundo no qual vivemos nosso modo de produção e de vida...), enfim, em si mesma, como obra, uma filosofia do Ser.

Iremos Perceber que a canção Wish You Were Here, apesar de seu toque e aparência romântica trata de duas pessoas, mas que estão em uma situação até oposta: eles estão juntos, mas ainda há uma ausência. Estão juntos, mas são “duas almas perdidas, nadando em um aquário, ano após ano”. Ou seja, presos.

A parte gráfica da capa do disco é sem duvida uma grande arte, foi idealizada pelos sempre geniais Storm Thorgenson (idealizador também da magnífica arte de The Dark Side) e pelo cartunista Gerard Scarfe, colabora de forma primordial com a filosofia do Ser de Waters. A capa do álbum é simplesmente estarrecedora:

Roger Waters em um documentário sobre o disco deixa claro, sobre a questão ausência: ausência de ânimo, ausência de motivação, ausência de vontade de trabalhar e criar nos moldes da indústria fonográfica com a qual estavam desiludidos. Esse sentimento de desânimo da banda acabou por ajudar a criar o tema central que originaria a obra, mas também, e não menos importante, trata-se da ausência de Syd Barrett.

O Pink Floyd não poderia ter começado sem ele, mas não poderia continuar com ele. Syd esteve ativo enquanto músico por apenas sete anos, gravando, com o Pink Floyd, quatro singles, dois álbuns e diversas músicas não lançadas; como artista solo, lançou um single e três álbuns, até entrar em reclusão auto imposta, que durou mais de trinta anos. Em sua vida pós-música, ele continuou pintando e se dedicou à jardinagem. Nunca mais voltou a público. Barrett morreu em 2006, por complicações advindas de diabetes.

Nick Mason diz, no documentário, que o homem se queimando poderia representar Syd, pois “Syd se sentia queimado a todo momento pela indústria fonográfica”. A expressão “queimado”, ou “burned”, é comum na língua inglesa como uma gíria no campo dos negócios: quando se cede, conforma-se com algo ou aceita-se algo que não agrada-te, por pressão ou por obrigação, está se queimando.

Abaixo o vídeo com uma narrativa mais aguçada e explicações mais aprofundadas sobre esta obra de Pink Floyd, assista e entenda melhor Wish You Were Here.!!!

Waters nos convoca a luta, para ser frente ao não ser. Diz ele, ainda inspirado, agora pela canção homônima do título da obra: ((( Quero ter a coragem para não aceitar o papel de liderança em uma jaula. Quero exigir de mim mesmo continuar nesta caminhada, nesta guerra. EU QUERO ESTAR NAS TRINCHEIRAS. NEM NOS QUARTEIS-GENERAIS E NEM SENTADO OBSERVANDO. NAS TRINCHEIRAS!)))

Agradecimentos:

Música e Poesia.

Rock Forever.

Leonardo R. Pádua.

Adriana Helena.